22/10/2024
APIMEC Brasil realiza Seminário sobre Criação de Valor e Valuation com ESG em 21/10/2024
Desafio é criar valor com sustentabilidade para acionistas e stakeholders
O seminário Criação de Valor e Valuation com ESG, realizado pela APIMEC Brasil no último dia 21 de outubro, reuniu especialistas para discutir um dos maiores desafios enfrentados pelas companhias no cenário atual: como integrar a criação de valor com aspectos ESG (ambientais, sociais e de governança), nunca esquecendo o econômico, visando garantir a perenidade das organizações.
Para Oscar Malvessi, professor e consultor especializado em finanças, a visão tradicional de maximização de lucro está ultrapassada. Ele criticou a prática comum de companhias pagarem dividendos mesmo quando apresentam prejuízos, o que, segundo ele, “destrói valor a longo prazo”. Malvessi defendeu que o verdadeiro valor de uma companhia deve ser medido pela sua capacidade de gerar retornos consistentes e sustentáveis acima do seu custo de capital. “No Brasil, muitas vezes, há uma distorção entre o que é criar valor e o que é simplesmente maximizar lucro a curto prazo”, afirmou.
O ambiente externo impõe grandes desafios para a criação de valor sustentável e, em alguns setores, os resultados das companhias são fortemente impactados por variáveis externas e por flutuações de determinados preços na economia (vide exemplo do preço da celulose). Conforme Daniel Sasson, analista de Commodities do Itaú BBA, é essencial que as companhias compreendam as forças que atuam sobre seus resultados e ajustem suas estratégias para mitigar os efeitos de fatores externos, permitindo uma gestão mais eficaz. “A dinâmica de determinados setores precisa ser levada em consideração, pois influencia diretamente o retorno financeiro a longo prazo”, pontuou.
Denys Roman, coordenador da Comissão de Valuation – Setorial com ESG da APIMEC Brasil, trouxe uma perspectiva técnica ao debate. Ele destacou a importância de que as companhias adotem métricas financeiras robustas para suportar suas decisões e projeções de fluxo de caixa futuro. Para Roman, a criação de valor não pode ser algo abstrato. “Precisamos ir além das métricas convencionais e considerar governança, riscos e metas claras”, afirmou. Ele alertou para a necessidade de uma discussão profunda sobre a materialidade dos riscos financeiros e como esses fatores se conectam diretamente com a criação de valor.
Eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e afetam diretamente o desempenho das companhias. Maria Paula Cantusio, chefe de Análise ESG e Temáticos do Santander, trouxe um alerta relacionado ao impacto das mudanças climáticas. “As companhias precisam se preparar para enfrentar esses desafios e incluir os fatores climáticos em suas estratégias de longo prazo”, destacou. Para Cantusio, as companhias que não adotarem práticas de sustentabilidade podem ter sua sobrevivência ameaçada em um futuro próximo, especialmente em setores mais expostos às mudanças do clima.
Eduardo Flores, coordenador técnico do CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade), reforçou que a integração de aspectos ESG ao valuation não é apenas uma tendência, mas uma exigência cada vez mais presente nas normas internacionais. Ele explicou que a adoção de normas contábeis mais rigorosas, que considerem os fatores ESG, é fundamental para garantir a comparabilidade e a transparência dos relatórios financeiros. “A sustentabilidade precisa estar atrelada às práticas contábeis. Isso permitirá que as empresas ofereçam uma visão mais clara de seus impactos financeiros e ambientais”, argumentou Flores, destacando a importância de adaptar as métricas contábeis para acompanhar essa nova realidade.
Além dos palestrantes já mencionados, o evento também contou com a participação de Haroldo Levy Neto e Alexandre Moreno, respectivamente, diretor técnico e gerente técnico da APIMEC Brasil, que atuaram como moderadores dos painéis. Haroldo Levy Neto, que contribuiu com sua vasta experiência em relações institucionais e temas relacionados a valuation e criação de valor, e Cássio Rufino, CFO & COO do MZ Group, foram responsáveis pela abertura do seminário, trazendo uma visão prática sobre a importância do tema no cenário atual. Juntos, esses profissionais enriqueceram o debate com suas visões estratégicas, tornando o evento ainda mais completo e dinâmico.
Ao longo do seminário, ficou claro que o caminho para a criação de valor sustentável passa por uma mudança profunda na forma como as companhias operam e se relacionam com os desafios ambientais e sociais. A integração dos fatores ESG ao valuation é um passo essencial para garantir que as companhias não só prosperem no curto prazo, mas se mantenham competitivas e resilientes diante das mudanças globais, no longo prazo.
Haroldo Levy Neto encerrou o evento, fazendo um chamamento aos analistas para que demandem mais das companhias, e às companhias, que informem melhor sobre suas metas e métricas em relação à sustentabilidade nos seus negócios. Também, convidou a todos para que acompanhem no portal da APIMEC Brasil e no site do CBPS, as novidades, se inscrevendo para receber os boletins da APIMEC Brasil e da FACPCS.
O evento aconteceu de forma híbrida (presencialmente na MZ Arena) e contou com o apoio da Nambbu, e das entidades ABRASCA, ANCORD, ANEFAC, COFECON, CORECON SP, CRA-SP e IBRI.
Acesse o programa do evento: clique aqui.
Assista: clique aqui
Acesse os materiais do evento:
– Oscar Malvessi: clique aqui
– Daniel Sasson: clique aqui
– Denys Roman: clique aqui
– Maria Paula Cantusio: clique aqui
– Eduardo Flores: clique aqui
– Haroldo R. Levy Neto – Encerramento: clique aqui
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S. Paulo, 22/10/2024.