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No dia 28 de maio de 2025, o auditório do BNDES, no centro do Rio de Janeiro, reuniu nomes de peso do setor público, da iniciativa privada, da academia e do mercado de capitais para discutir um dos temas mais estratégicos da atualidade: a transição energética. Com o tema “A Transição Energética e os Combustíveis Fósseis”, o encontro foi um chamado direto ao mercado financeiro para entrar de vez no debate e assumir seu papel nas transformações que vão definir o futuro da economia e do planeta.

Com uma programação robusta e plural, o seminário reforçou a responsabilidade do sistema financeiro, dos analistas, gestores e investidores na construção de uma economia de baixo carbono. O encontro também ressaltou o papel essencial da APIMEC Brasil como promotora de conhecimento técnico, articulação intersetorial e liderança no debate sobre sustentabilidade e finanças.

A transição energética não é apenas uma pauta ambiental: é um tema de risco e de oportunidade para o mercado. Os investimentos em fontes limpas, os novos modelos de negócio e os padrões internacionais de divulgação de informações climáticas impõem uma transformação no comportamento das empresas e exigem novas competências dos profissionais do setor.

Nesse contexto, o mercado não é apenas observador, é agente central da mudança. A alocação de capital, a precificação de ativos e a mensuração de riscos devem considerar, cada vez mais, fatores climáticos, sociais e de governança. E é por isso que o engajamento em discussões como a promovida pela APIMEC Brasil é tão crucial: elas preparam o ecossistema para tomar decisões mais conscientes, estratégicas e alinhadas ao futuro.

A mesa de abertura reuniu Ricardo Tadeu Martins (Presidente Executivo da APIMEC Brasil), Alexandre Pinheiro dos Santos (Superintendente Geral da CVM – Comissão de Valores Mobiliários), Luciana Costa (Diretora de Financiamento do Mercado de Capitais para Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas no BNDES) e Renato Dutra (Secretário Nacional Substituto de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia). Juntos, traçaram um panorama de avanços e desafios da transição energética no Brasil, apontando caminhos para o engajamento do setor privado e do mercado de capitais no financiamento de soluções sustentáveis.

“A transição energética não é mais uma pauta de futuro, é uma urgência do presente. Promover esse debate com representantes do governo, da academia e do mercado é parte do nosso compromisso com a formação de profissionais preparados para lidar com os novos desafios do capital e da sustentabilidade”, afirmou Ricardo Tadeu Martins, presidente executivo da APIMEC Brasil.

Painel 1 – A urgência da transformação no setor de óleo e gás

Moderado por Lucy Sousa (Presidente do Conselho de Administração da APIMEC Brasil), o painel reuniu Fernanda Moraes Diniz (Gerente de Gestão do Portfólio e Resultados em Carbono e Emissões da Petrobras), Marcelo Miterhof (Economista do BNDES) e Célio Fernando Bezerra Melo (Diretor de ESG da Câmara Brasil-Portugal no Ceará e Coordenador do Comitê de Planejamento Estratégico da APIMEC Brasil). A discussão destacou que, embora o setor de petróleo e gás ainda tenha papel relevante na matriz energética, é preciso acelerar os investimentos em novas tecnologias e estratégias de redução de emissões, com apoio de instrumentos financeiros mais robustos e previsíveis.

Painel 2 – Descarbonização de Setores e de Portfólios

Com mediação de Sandra Peres Komeso (Diretora  de Relações com Empresas e Eventos da APIMEC Brasil), os palestrantes Rodrigo Real (Gerente de Combustíveis Sustentáveis da Petrobras), Gustavo Pimentel (Senior Partner da ERM – Environmental Resources Management), Sônia Araripe (Diretora e Editora na Plurale) e Marco Saravalle (Analista de Valores Mobiliários CNPI-P, Diretor de Educação e Certificação da APIMEC Brasil e Sócio e CIO da MSX Invest) abordaram como analistas e gestores estão sendo desafiados a considerar os impactos ambientais e sociais em suas análises. A criação de critérios ESG sólidos e a educação continuada dos profissionais foram apontadas como fundamentais para consolidar práticas sustentáveis no coração das finanças.

Painel 3 – Energias Renováveis: Oportunidades e Desafios

Luiz Fernando de Almeida Bello (Membro do Conselho de Administração da APIMEC Brasil) conduziu o painel com Sandro Damásio (Engenheiro, Membro das Comissões de Sustentabilidade e Valuation com ESG da APIMEC Brasil, e Membro da Comissão de Sustentabilidade e Clima IBGC) e Virginia Parente (Professora da USP, Especialista em Energia). Ambos destacaram que, para além da geração, é necessário garantir infraestrutura, regulação e modelos de negócio que viabilizem o crescimento das renováveis. E, para isso, o financiamento privado e o engajamento do mercado serão decisivos.

Painel 4 – O financiamento para transição energética

Mediado por Mara Limonge (Vice-Presidente Executiva da APIMEC Brasil), o painel com Roberta Alves de Souza (Gerente de Ambiente no Banco do Nordeste), Geraldo Morete Júnior (Diretor Presidente no  BB Banco de Investimento) e Leonardo Pereira dos Santos (Chefe de Departamento responsável pela BIP, plataforma de investimentos do Governo Brasileiro do BNDES) apontou como o setor financeiro vem criando mecanismos para apoiar a transição, desde linhas de crédito verdes até plataformas de investimento público-privado. O consenso foi claro: sem financiamento acessível, não haverá transição justa em tempo hábil.

Painel 5 – Como integrar os aspectos ESG dos Pronunciamentos do CBPS no Valuation – CBPS 01  e CBPS 02

Haroldo Levy Neto (Diretor Técnico da APIMEC Brasil e Coordenador de Relações Institucionais do CBPS) guiou um painel técnico e estratégico sobre como os pronunciamentos CBPS 01 e 02 já estão sendo incorporados na avaliação de empresas. Eduardo Flores (Coordenador Técnico do CBPS e Membro do CPC), Denys Roman (Coordenador da Comissão de Valuation – Setorial com ESG da APIMEC Brasil), Maria Paula Cantusio (Chefe de Análise ESG e Temáticos do Santander e Integrante da Comissão de Valuation Setorial com ESG da APIMEC Brasil) e Reinaldo Oliari (Coordenador do GT Sustentabilidade e ESG do Ibracon) discutiram como os relatórios financeiros devem evoluir para refletir, com transparência, os riscos e oportunidades da sustentabilidade nos negócios.

No encerramento, Lucy Sousa (Presidente do Conselho de Administração da APIMEC Brasil) apresentou o Centro de Memórias ABAMEC-APIMEC e lançou o livro “Histórias, Casos e Protagonismos da ABAMEC-APIMEC”, reforçando a importância de valorizar o passado para inspirar as próximas gerações de profissionais.

Mais do que realizar um seminário técnico, a APIMEC Brasil mostrou sua capacidade de convocar os atores certos para uma conversa qualificada e urgente. A entidade se posiciona como protagonista em um momento em que o mercado financeiro e de capitais precisam se reinventar, formando analistas e profissionais prontos para entender que o valor de um ativo vai muito além do lucro imediato, ele passa pela capacidade de gerar impactos positivos e perenes.

 

O evento contou com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil, da Petrobras e AGF – (Ações que Garantem o Futuro). Teve apoio da Nambbu, Planner Investimentos e do Portal Acionista. Também participaram como entidades apoiadoras: ABEEÓLICA, ABRAPP, ABRASCA, ANCORD, COFECON, CORECON-SP, IBRACON e IBRI.

 

Confira todas as fotos do evento: https://flic.kr/s/aHBqjCgsq3

 

 

S. Paulo, 02/06/2025.